segunda-feira, 29 de junho de 2009

Uma nova chance para uma amizade tão bonita.



"Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre."

É.. Não sei se considero isso um milagre, destino, ou um presente como te disse.
Hoje eu tenho que agradecer..Você meu amigo de fé, meu irmão camarada, voltou. Quem diria. Você que eu amo tanto, com quem dividi tanta coisa, não podia ir embora assim. Seis meses e um pouco mais de distância. Sem um piu. A gente conseguiu. Mas uma briguinha boba não podia acabar com tudo extremamente sério que a gente construiu.
Você voltou como se tudo não tivesse passado de um pesadelo. Eu pude te sentir aqui, me acalmando, falando que, como sempre dizia, tudo ficará bem. Passou. xiu xiu... Você tá aqui de novo. Graças a Deus.
O papo rola como se você nunca tivesse partido. Me pergunta do cotidiano, das novidades. E a minha saudade chega enorme, jorrando lágrimas de felicidade. Eu nem consigo acreditar.
Até que você diz que sabe que o que houve foi tão pequeno que não abalou o que sente por mim, que isso não é motivo para não falar mais comigo e que sabe que eu já tinha pensado em voltar a te procurar, assim como você. Eu nunca queria ter você longe. Só Deus sabe a falta que me faz.
Hoje eu descobri o que vem me faltando, esse buraco que se instalou aqui. Falta você amigo. A tua amizade que me faz crer que tudo vai passar, que o dia de sol sempre vem e que você nunca faltará. A tua amizade que me faz sentir que todos os homens podem me abandonar mas você sempre estará aqui com dois copos de wisky e energético na mão, um para me oferecer e teu ombro para me apoiar. Pra você que eu liguei quando levei aquele pé na bunda, quando tava me sentindo sozinha e até só para dizer um Oi. Você que estava ali quando eu fiquei bêbada, feliz, quando passei no concurso, quando quis comer o mundo.Estava ali no meu aniversário perdido, no meu carnaval doido e no meu nariz entupido. E eu sempre acompanhei tudo. Teus projetos, teus sonhos, teus pesadelos. Acompanhei deus rolos, enroscos e namoros. Te acompanhei como primeira dama naquela festa chique em Sampa, no teu niver na balada e com teus amigos nas choppadas. Eu vi você bem sucedido na empresa na qual trabalhou anos, vi você sair dela e montar teu próprio negócio meio receoso, mas sabendo que seria pro teu bem. Eu vi você feliz, triste, alegre, bêbado, com fome e satisfeito.
Eu lembro de tudo como num filme bom. Eu era feliz e não sabia!
Vem, eu quero te ver, sentir o teu abraço de novo.
Vem meu amigo, a gente tem a eternidade para viver.

Como nada é perfeito e bonito como estas linhas sempre há uma namorada para atrapalhar tudo! Argh.. nossa amizade será virtual quem sabe.. Tudo que muda nunca volta para o estado original do qual partiu.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Reencontro.




“Queria te dizer que hoje estou de bem com a vida
Que não senti nada com sua partida
Mas com um só dedo não se tapa o sol..”
(A dor desse amor)

Há semanas penso em você. Assim sem querer, como quem comeu um doce e fica se lembrando do gosto. Não para se torturar, mas para tentar sentir aquela paz, aquela satisfação de um dia. Pensei em você pra tentar lembrar mesmo que você existiu. 4 meses e meio se passaram e parece que foi em outra vida.
Lembrei das nossas viagens, de como conseguia me fazer sorrir, de como sempre atendia aos meus dengos e me mimava horrores. De como era confortável ter você. A qualquer hora, em qualquer lugar. Lembrei do teu cuidado, da tua atenção, da tua simpatia. Lembrei dos teus planos para uma casa nos moldes antigos, do teu desejo por filhos, da tua festa de casamento para poucos. E ri. Eu aceitava tuas vontades mesmo sem serem as minhas. Eu ia seguindo-te como o dono que segue o cão.

Então, juro que tentei não pensar, mas foi inevitável. Me lembrei de como tudo terminou. Me lembrei da facilidade e da frieza que você teve para chegar na porta da minha casa, no dia da festa do meu aniversário e me dizer adeus. Assim, seco, sem uma lágrima nos olhos. Lembrei de como eu gritei te implorando pra não me deixar aqui sozinha, de como você me olhou pelo retrovisor sem piedade, de como eu chorei quando fui na tua casa buscar as minhas coisas. Lembrei dos quilos que emagreci, do carnaval que eu perdi, dos amigos que se foram. Mas logo me esqueci. Pra te esquecer eu apaguei tudo. Esqueci-me do teu cheiro, do teu gosto, do teu prazer. Perdi seu telefone, seu e-mail. Apaguei nossas fotos (deixe-as bem escondidas), apaguei nosso amor. Como quem acende e rapidamente assopra um fósforo. Era humilhação demais continuar sofrendo por você.
Te apaguei tão rápido que, hoje vejo, não foi tempo o bastante para te tirar do meu coração. Porque passar esses meses sem te ver foi fácil. Mal sabia eu que o difícil seria te encarar. Te olhar de frente, sentir seu abraço sem bambear.

Parece que meus anjos vieram me alertando nessas últimas semanas. Me preparando. Por isso você voltou aos meus pensamentos, revi nossas fotos sem chorar, ouvi nossas músicas sem sofrer. Eu me permiti falar de você, sentir você. Me permiti olhar o teu orkut. Uma, duas, três vezes. Até descobri a monstra com a qual você parece ter um novo affair. Descobri que você está se permitindo amar de novo. E fiquei feliz por isso. Feliz por você, feliz por mim. Desejei que se casasse logo e realizasse tanto o teu sonho.

Descobri músicas que lembram o nosso fim. Músicas que me fizeram cantar de novo. O cantar é sempre mais bonito quando se está triste.

Meu Deus. Algo me dizia que seria hoje. Que hoje seria o nosso reencontro. Ninguém quis acreditar quando eu disse que estava sentindo isso. Estava sentindo que hoje era o dia. Tomei banho, demorei horas escolhendo a roupa mais bonita. E fiquei nervosa, ansiosa, com dor de barriga. Eu juro que não sabia que hoje seria tua palestra. Mas quando eu pisei no salão e te vi lá na frente só tive tempo de falar para minha mãe (que já se desesperava imaginando a minha dor): "eu disse".
Procurei o canto mais escondido e sentei trêmula da cabeça aos pés. Sem ar, sem chão. Fui premiada. Tua mãe faria a abertura e você a palestra. O tema “Buscando equilíbrio e harmonia”.
Você falava sobre como o amor é capaz de superar nossa mágoa, nossas dores. De como ele é a nossa cura e a nossa doença. Você me deixou porque estava doente e não foi capaz de se curar. Será então meu amor assim tão ruim que só faz machucar e não seca cicatrizes?
Disse ainda sobre quando nos desviamos de nossa estrada, de como é difícil encontrar a luz e retornar ao caminho. Por vezes a minha estrada foi você. O meu rumo, o meu norte, o meu porto seguro. Mas você nunca temeu me perder quando me fez perder os sentidos, a direção. Você arriscou a me perder. E eu te perdi.
Questionou a força estranha que faz com que os aviões decolem. Descobriu que eles só saem do chão porque enfrentam as ventanias que batem de frente e superam a gravidade. Com força, coragem e persistência. Tudo que você não teve. Hoje você descobriu que é preciso enfrentar as ventanias e não fugir delas e abrir mão de tudo que você já tinha. Hoje você aprendeu que o amor é o guia maior, e o amor de Deus eu digo, porque Ele sim nunca te abandonará.
Mas decorar uma porção de palavras bonitas e filosofar sobre a vida é fácil. O difícil é assumir os erros, é superá-los, é pedir perdão e se perdoar. É estar pronto pra se molhar se chover ou se desmanchar com o sol.

Cara, quer saber? Eu solucei a palestra toda, me perdi ao te encontrar. Perdi o ar, o chão, e não como quem está apaixonada mas como quem sofre.
E eu descobri que você ainda me faz sofrer. Meu corpo sem querer pareceu sentir que você me faz mal, e reagiu a isso. Chorou do seu modo menos contido e mais dolorido. Um choro silencioso, que machuca todos os poros do corpo.
Você ainda me surpreende. Vem cumprimentar, puxar papo. Como quem admira o espetáculo a sua frente. É bonito me ver chorar? Te faz bem me fazer sofrer? Pois então desfrute. Foi a primeira e última vez. O que eu puder fazer, o quanto eu puder orar, para não te encontrar eu vou fazer.
Me acostumei em encarar a dor, a solidão, a insegurança e todos esses sentimentos ruins, mas ainda não aprendi a encarar você.

E agora não me mande e-mail lamentando ter me feito chorar. Eu chorei por mim. Por ter me permitido tanto. Ter me permitido ir tão longe. Lamentei por mim. Não porque te perdi. Por você, eu só lamento que me perdeu...

Fui embora, mal me despedi. Cinco minutos e já era minha vida outra vez. Feliz, sem lágrimas, sem você e com um novo amor!

"..Por isso Deus me livre eu tenho medo de voltar
Me fez sofrer demais
mas te olhando eu fico louca
Por isso Deus me livre de encarar você de novo..
não dá pra ficar cara a cara
Eu quero esquecer mas se vejo você
coração dispara
Por isso não quero te ouvir nem te olhar
melhor continuar como estamos
Não posso voltar
Deus me livre te amar..”
(Deus me livre)

(20 de junho de 2009)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Por querer demais.




É aquilo que eu não tenho que eu quero. É a música que eu ainda não encontrei que quero ouvir. É aquele que está longe de quem sinto falta. É aquele abraço vazio que me enche. Se estou com os músculos duros quero eles murchos e finos, quando não, quero-os firmes. Se quero uma roupa vou lá e compro, cinco minutos depois já estou me lamentando pela que deixei de comprar. É a barriga sarada e os peitos que não tenho que quero. É o namorado imperfeito que me fará amar e se isso for imaturidade minha então eu quero mais é parar com isso de ser madura demais e ficar em cima da árvore do que no chão ao redor dela. É aquele telefone que não me atende que eu quero chamar. É aquela maquiagem borrada que eu quero no rosto. Se estou morena é loira que eu quero estar e se meu cabelo está curto, logo o que comprido. É no amigo que não tenho mais que sigo pensando. É no sapato que ainda não calcei que me vejo caminhando. É na chuva que não caiu que eu quero me molhar e quando ela cair vai ser o sol que vou desejar. É quando quero emagrecer que mais como chocolate e é quando quero engordar que perco a fome. Se você me vê calma, é louca que eu quero ficar. E se estou muito na paz eu quero a revolução do mundo. Se não te tenho mais, é porque agora te quero. Eu quero gritar. Quero me calar. Eu odeio o mundo por te deixar longe mas o amo por saber que ao menos você existe em algum lugar e não apenas nos meus pensamentos. Se tenho a tal bota marrom baixa agora quero a preta. Se tirei 7 na prova eu quero 10. E se tenho 10 me contentaria com um 7. Se tenho dinheiro sobrando faço tudo para gastá-lo depressa e se não o tenho fico doida rezando para algum ser divino aumentar os numerinhos dela. É a ligação que chega de repente e vem de longe que eu espero sempre, todos os dias e horas da minha vida. É por te odiar que eu te amo com todo meu coração. É o amor de cinema que eu quero ou talvez a vida de mil aventuras. Eu quero um amor eterno ou talvez vários que durem tempo suficiente. O que eu tenho não me basta e nunca vai bastar. Eu quero sempre mais, menos, tudo ou nada. A verdade é que nunca sei o que quero. Isso me faz única. Não faz com que caia na rotina essa vida que já é tão chata por me limitar. Mas também me cansa. Me cansa de mim mesma, de você e de todo mundo. Porque eu sei que é um círculo, que não termina.
E é por querer tanto, por querer demais, que fico presa nesses fios todos que cada vez me pedem mais (ou menos) e não me deixam viver sem pensar.

domingo, 14 de junho de 2009

Bicudos.





Cá estou as 4 da matina, morrendo de sono, conversando com o tal pássaro selvagem que nunca me mereceu, depois de, há 3 horas atrás, deixar quem me merece dormindo em casa.
Ele simplesmente não sabe mais o que fazer. Agora que viu que a indiferença dói, ele gosta. Agora me admira e sente até direito de odiar minha ironia. Ironia a dele que agora gosta do que não pode mais ter.
Eu não suporto o jeito como ele sabe lidar comigo. Ora me dá, ora me tira. E é disso que eu preciso. Porque se me der sempre eu vou enjoar, e se nunca me der vou cansar e desistir logo. Ando sem paciência pra esses joguinhos chatos de paixonite aguda. Eu faço charme, sempre com uma birra, e cedo. Mas a vida parece que só caminha se a gente joga, então se é pra jogar, eu vou sair na frente.
E eu descobri que os homens gostam de sofrer. É só você deixar escapar que tem outro na parada, que já tem planos para o dia dos namorados, que ele vem que nem cachorrinho abanando o rabo. Mas esse não abaixa as orelhas não. Desculpa não existe no vocabulário e tem respostas afiadas na ponta da língua. Pooxa essa disputa de quem judia mais está me dando dor de cabeça.
Cara, na real, ele tem coragem pra encarar meus pais, chamá-los de “tios”, passar 24 hs comigo, reclamar que eu durmo na hora errada e agora enrola pra dizer que não quer mais? Meeu bem, deixa eu te contar. Agora ele quer, porque eu não quero. Mas no fundo, pelos esforços que ele não faz, pelas mensagens que ele não manda, pelas satisfações que ele não dá, por mais que diga que gosta de mim, ele não me quer ou não está pronto pra me ter. É simples. Então diga na lata e acabe de uma vez com essa angustia que ainda me permite ter saudade do seu colo e do seu sorriso. Fale, eu vou te ouvir e ainda assim vou te mandar SMS as duas da manhã querendo alguém pra conversar, de todas as coisas, não posso reclamar que você é um bom companheiro de madrugadas, na internet é claro.

“Ninguém pode negar que o nosso amor é tudo
Tudo que pode acontecer com dois bicudos
Não são tão poucas as arestas pra aparar
Mas é que o meu desejo não deseja se calar

Até os erros já parecem ter sentido
Não sei se eu traí primeiro ou fui traído
Não te pedi uma conduta exemplar
Mas é que a sua ausência é o que me dói no calcanhar”

(Dois Bicudos – Ana Carolina)

segunda-feira, 8 de junho de 2009




Hoje vou deixar que Arnaldo Antunes fale por mim:

"Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento
Encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada
Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Nem vontade de chorar
Nem de rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva"

(Socorro)

sábado, 6 de junho de 2009

Voando..



Mais vale um pássaro cantante preso ou um selvagem solto?
O cantante está adestrado, já canta no teu tom e por mais que você abra a porta da gaiola ele não vai querer sair. Ele está disposto a mudar a canção quantas vezes for preciso para te agradar, quer construir um amor puro como todas as notas que saem de seu bico. Ele está disposto a ir te buscar se você o deixar sozinho por muito tempo, não importando se outro pássaro queira atrapalhar. Ele quer lutar para te reconquistar definitivamente, não quer te ver sofrer e está pronto pra ser inteiro teu.
O selvagem nasceu livre e ainda não quer ser preso. Ele dá carinho, faz denguinho e vem te visitar de vez em quando mas nunca pra ficar Acaba te deixando sozinha em busca de outras passarinhas, some por uns tempos, mas sempre volta. Ele deixa aquele gosto de amor impossível, ele te desafia a querer ir até o fim pra saber se tem um final e se vai ser bom. Ele quer que você arrisque, se arrisque, mesmo que acabe por se machucar.
O primeiro, se te vê partir, voa desesperadamente ao seu encontro.
O segundo deixa você ir. Mas daí você não sabe se ele quer que volte, se você quer voltar. Então arrisca-se a voar para longe. E avisa. Ele te vê indo embora e manda uma mensagem do tipo “eu ainda estou aqui”. E você já não sabe se isso quer dizer que ele vai ficar, que quer você junto ou que simplesmente não deixará de viver por não te ter do lado. Ainda assim, você, naqueles momentos de loucura, tem vontade de jogar tudo pro alto e voltar voando e sorrindo, rezando pra ele te receber de volta. Mas será que alguém pode abandonar o que nunca teve ou voltar para o lugar de onde nunca saiu? É, porque o pássaro cantante sempre estará ali, o coração dele tá ganho. Não seria melhor dar a chance para o selvagem? Ou o selvagem nem quer chance alguma?
Essa incerteza, essa insegurança, me instiga e me faz sofrer. Mesmo sabendo que o pássaro cantante me tira o ar, tenho vontade de respirar também.

"Meu coração tem asas, minha razão anda a pé.
Quem chegar primeiro leva!"
(Fernanda Mello)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Com você e sozinha.



"Tá tudo vazio. Eu tenho um andar inteiro vazio"
(Tati Bernardi)

Você acaba de ir embora e ao contrário de como eu fico quando deixo o meu outro amor distante, você apenas me deixou um sentimento vazio e oco de "não sei". Procurei pela casa toda alguma coisa sua. Alguma roupa que você tenha esquecido, algum cheiro que tenha deixado. Procurei alguma marca no meu corpo, uma tristeza por você não estar mais perto de mim. E não encontrei nada. Apenas um “e daí?” e um “não sei”.
Você passou o final de semana todo comigo. Teve atitude e coragem, encarou meus pais mesmo sem ser meu namorado. Ajudou-me a lavar louça e tirou até meu prato da mesa. Abracinho daqui, beijinho dali. Mas nenhum elogio direto. Logo percebi que você assim como eu, sofre do mau de medo! Medo de se entregar, se envolver, namorar.. Medo de agradar, de gostar, de se apaixonar. Não sei quantas cicatrizes você possui nem quem as deixou, só quero pedir que me dê um parecer. Uma certeza de algo e não me largue nesse mar de dúvidas. Você tinha a faca e o queijo e agora não faz nada? Era pra você me puxar do muro e agora me deixa aqui sozinha?
Você esquece do dia dos namorados e depois já diz que quer me ver. Mas nem meu namorado é! Eu quero alguém que me assuma para os pais e pra quem quiser ver, quero alguém que me leve pra jantar no dia 12 e não me deixe dormir a noite toda. Eu quero aquele choque doido quando uma mão tocar na outra. Eu quero perder o ar e ganhar o céu.
Se você não está disposto a entrar nessa luta e conquistar o mundo comigo, sai fora benzinho! Você conquistou minha família, ganhou até uns carinhos e agora me deixa aqui sem nada?
Eu que larguei um outro amor bonzinho pra arriscar com você. Eu que abri mão de um colo quente, um beijo doce e um prazer que me atormente.
Eu não te culpo, mas não me culpe também se eu simplesmente não te quiser mais. Tua sorte ta lançada, e ai? Vai aceitar um concorrente e cair na dança ou vai abrir mão da lindokinha aqui?


"Vai amanhecer e dessa vez eu quero acordar sozinha
Vai ser melhor pra nós, vai ser melhor pra mim, vai ser melhor assim"
(Passou da conta - Bruno e Marrone)