terça-feira, 24 de novembro de 2009

. Alerta vermelho .




Depois de uma balada onde você me deu rosas cor de rosa, foi só meu (até onde eu me lembro) e me fez chorar por algum motivo que eu nem sei, achei que era nosso fim. Ou melhor, o fim dessa coisa que eu nem sei se existe.
No dia seguinte, apesar de se dizer com saudade você não me vê. E eu não quero nem sentir o teu cheiro. Pelo que sei quando é você é sempre bom manter distância entre um encontro e outro, se não a chance que eu tenho de ficar esperando um dia você me buscar de pijama é muito grande.
E hoje, segunda-feira, você (que já tinha me avisado do aniversário do seu amigo), como bom namorado de mentira ou amigogalinhaegostosoecachorro (rs) motorista que é, ao saber que eu não poderia te acompanhar devido a uma prova que eu perdi (onde ando com a cabeça?), me leva as 7 da noite até a faculdade que é em outra cidade para fazer a prova que o professor esqueceu de levar. Bom ou não, você, mesmo tendo acabado de sair, volta buscar eu e minha amiga. Disse que iria passear no shopping e comprar presente pra mim enquanto esperava, e eu que fiquei sem presente, finjo que acredito.
Um amigo de uma amiga de outra amiga te contou que eu chorei no sábado, no final da balada. Percebi mesmo que você estava estranho. Perguntaram ainda para você o que você tinha feito para me deixar daquele jeito. Você ficou estranho por que está com medo que eu me apaixone e você me faça sofrer? Eu também... Mas fique tranqüilo porque no sábado eu garanto que foram as vodkas, os wiskys, energéticos e a maldita tequila que me fizeram chorar lágrimas de crocodilo. Ultimamente só elas.Você tem me deixado mais fria, contrariando a minha amiga que disse que eu ando mais calorenta depois que te conheci.
Pela primeira vez você disse repetidas vezes o quanto eu estava linda. Mas não foram suficientes para tamparem o buraco que eu quis cavar quando chegamos ao aniversário. Eu conhecia um ou outro e me sentia a mais feia de todas as mulheres lindas e siliconadas do lugar. Isso me faz questionar o que você vê em mim.
Eu sei que sou um exemplo de namorada “perfeita”, que sou legal com teus amigos, tento me arrumar quando vamos sair, atendo tuas ligações e sou carinhosa, mesmo que as vezes os carinhos sejam forçados. Mas eu não sou assim. Eu não sou eu com você. Hoje percebi que nós não temos assunto. Apesar de gostar muito da sua companhia, eu não tinha nem o que falar com você. Queria sumir, correr, sair, pedir socorro. A cada pessoa que vinha nos cumprimentar e soltava “que namorada linda!”, eu queria uma faca no meu peito. “Por favor, pelo amor de Deus, vamos embooooora”.
O aniversariante, amigo querido, era o mais feliz em ver nós dois juntos. Só ele. Todas as mulheres queriam me matar, os homens me comer com os olhos e os velhos falavam “Será que agora ele engata?”. Sua melhoramigalindaerica deve me odiar. Deve não, eu tenho certeza que odeia. Me olha como se dissesse “O que você faz aqui?”. E eu me sinto mais baixa que o subsolo do chão.
Sinto como se não pertencesse a esse teu mundo leviano demais. Ficava pensando o que estava errado. Porque eu não tinha uma maldita idéia para puxar assunto. Minha barreira, que me segura para não gostar de você, me deixou também calada. Está fazendo com que eu me afaste e te afaste de mim. Será alerta vermelho?
Para terminar a festa o amigo querido solta “Quem tem namorado cuiiida!” Pois é. Se você fosse meu namorado talvez eu pudesse cuidar melhor de você. Se você fosse meu namorado talvez eu pudesse beijar mais você. Talvez eu pudesse te ligar mais, me declarar mais além de um “obrigada, a noite foi boa”. Talvez eu pudesse até ter mais assunto. Talvez eu pudesse ser eu. Ou talvez, se eu pudesse gostar de você tudo fosse diferente...

“Medo ou amor? A escolha é sua e cada segundo de sua vida lhe perguntará isso.”

(Victor Chaves)

domingo, 22 de novembro de 2009

. Domingo cruel .



Das 80 músicas presentes no meu pen drive que acabei de botar no notebook, apenas consegui ouvir uma inteira. Não tive paciência para o som que soa como grito das outras.
Grito este que fala por mim e nem eu mesma tenho me suportado. Um grito triste, melancólico e porque não um pouco agoniante, como quem pede por socorro mesmo sabendo que não terá um salvador.
Meu quarto, que foi arrumado ontem, encontra-se de ponta-cabeça. A roupa da balada ainda está na cadeira que também tem outras que eu experimentei e, como sempre, não ficaram boas. No chão meus urss de pelúcia, fruto de namoros passados, experimentam o gosto da solidão e de serem simplesmente jogados sem provocarem qualquer lembrança em mim. No chão também umasalmofadas coloridas que tentam desesperadamente, assim como minhas unhas rosas, darem um pouco de cor pra minha vida que anda assim.. cinza (que não é preto nem branco). Ainda, atrás da porta, estão meu violino sem utilidade que eu não fui atrás de vender nem jogar fora, uma bandeja para notebook que eu estou com preguiça de pegar e um quadro de rolhas para colocar recados que eu preciso tanto, mas que não arrumei forças para colocar na parede.
A cama desarrumada com dois telefones que não tocam, um celular que parece um bicho morto, uma calcinha para dormir e uma pessoa com o computador no colo, a coluna torta, a roupa do dia todo que está sem vontade de tirar, digitando enlouquecidamente no desespero para encontrar, quem sabe escrevendo, uma luz que a ajude a seguir em frente, a andar para frente, a enfrentar uma nova semana que é sempre tão igual a anterior com um mínimo de dignidade.
Essa mesma pessoa tem quatro provas na semana, para as quais ainda não estudou e precisa de nota. Precisa tomar banho e não consegue levantar da cama. Precisa arrumar o quarto onde em todos os cantos que ela olha não se encontra. Precisa depilar a sombrancelha, bolar uma nova dieta, fazer as unhas do pé e procurar a roupa para amanhã. Mas não consegue porque que incentivo tem? Pra ela assim ta bom, amanhã eu vejo a roupa, daqui a pouco eu tomo banho e emagrecer? Bom melhor decidir a viagem de ano novo antes para ver se vai ser necessário mesmo. Não tem ninguém que vai vê-la nua ou de lingerie para quem ela pudesse se cuidar e se exibir.
A internet cai a toda hora. Cai e volta. Sem dar tempo nem de postar alguma coisa ou pesquisar alguma foto para colocar no post. Cortando qualquer coisa que seja contínua demais a ponto de cair na rotina. Quase como a pessoa que está tentando conseguir manter uma conversa que tenha começo, meio e fim no MSN.
Por mais que eu queira fingir que não entendo, achar que não sei qual é o problema, não tem como. Eu sei o que é, exatamente onde está e não, não sei como resolver. É essa falta de alguma coisa. Esse vazio de não sei o que. Essa vontade de comer um prato que ainda não conheci. Essa loucura em querer pular, saltar, de alguma forma sorrir simplesmente por encontrar isso que ainda não tem nome.
Falta-me alguém que será meu mundo por simplesmente existir e permitir com que eu durma tranqüila mesmo nas noites mais escuras e sombrias.
Falta-me alguém que me ajude a encarar esses dias chatos e frios. Porque eu cansei de ter que enfrentá-los sozinha ou com a ajuda de um ou outro step que às vezes supre essa falta por umas horas,que funcionam como um remédio pra dor que dentro de duas, três, algumas horas perderá o efeito e fará com que a dor volte.

Chega. Por favor. Alguém avisa pro cara que canta “How to save a life” que eu ainda não arrumei um jeito pra isso e que ele gritando no meu ouvido não ajuda. E ainda pro outro que berra “Never to late” que sim, já é tarde pra qualquer coisa e que eu quero desistir e jogar a bandeira branca. Os domingos sempre são deprimentes mas hoje ele está especialmente mais cruel.

“E eu continuo andando por aí, em pé com minha tristeza. Mas minha sombra está de lado, deitada no chão. Talvez porque assim esteja minha alma. Talvez porque isso seja viver, para quem é de verdade, para quem pensa um pouco, para quem sente um pouco, para quem lê jornal de manhã.”
(Tati Bernardi)

. . .



Quanto que a gente precisa gostar para namorar? E pra casar, ter filhos?
Quanto tempo eu preciso esperar para poder ligar pra ele? E pra dar pra ele? E pra ele conhecer minha família? E a partir de quanto tempo eu posso fazer cobranças? E pra ficar com outro depois que terminar com ele? E quanto tempo eu preciso para dizer ‘eu te amo’? E ‘eu não te quero mais’? E quanto tempo leva para esquecer aquele que a gente achava que era para sempre?
E quantos vão precisar passar pela minha vida para eu encontrar o príncipe encantado?
Quanto tempo leva para amadurecer? E para ganhar dinheiro? E quanto é dinheiro suficiente?
O que é felicidade, quanto ela vale e quanto demora pra chegar?
Quantas desilusões aguenta um coração?
E como acabar com a saudade?
Com quanto tempo começa uma amizade? E como saber quem é amigo de verdade?
De quantos abraços eu preciso para me sentir melhor?E quantas lágrimas eu vou ter que derramar pra entender que é impossível tudo dar certo sempre? E quanto tempo leva para voltar a confiar nas pessoas? E se eu não confiar nunca mais?
Quanto preciso deixar de comer para emagrecer? E quanto tempo vai demorar para juntar dinheiro pro silicone?
Quanto tempo leva para curar as feridas? E quanto tempo leva para morrer? E para superar a morte? E em quantas coisas a morte pode colocar fim? Só à vida, ou a vida continua depois da morte?
Quanto vale o perdão? E uma memória fraca?
Quanto tempo preciso para me acostumar com as facilidades banais de hoje em dia?
Quanto tempo eu preciso dormir para descansar? E quanto tempo eu tenho para realizar tudo que eu quero?

... para o tempo, para as perguntas e para a vida, não há explicação. O tempo passa depressa, não tem volta e nos mata um pouco a cada dia. As perguntas sempre existiram, existirão e são intermináveis e impossíveis de serem respondidas com exatidão. E a vida.. Bom .. A vida é eterna e só nos resta vivê-la da melhor maneira que pudermos.

“Um dia, é só o que eu quero, eu vou ficar quieta e entender tudo. Quer dizer: eu vou é querer abrir mão de entender tudo”
(Tati Bernardi)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

. Namorada de porcelana com chifres de brilhantes .




Eu tenho me divertido! Estou achando super engraçada essa história de brincar de ser namorada dele. Ele liga pra dar bom dia, boa tarde, boa noite. Pergunta sobre as minhas provas, meu estágio. Me leva ao teatro, no cinema, no sorvete.Dá abracinhos e nossas mãos já se acostumaram, se encontram sem a gente pensar. E ainda ganho cafuné e beijos na testa. Ele compra o copo do cinema que eu gostei. Me leva para ver o filme que eu quero em outra cidade já que aqui os ingressos se esgotaram. Acha graça quando me vê maravilhada com os enfeites de natal. E aproveitando que estamos no shopping já me avisa que semana que vem ele vem comprar roupas e quer que eu venha junto. E só me resta rir. Como quem ri pensando onde foi parar a cabeça. Em que momento eu assumi o papel de namorada de aluguel e gostei do negócio. Ele quer me ver todo dia, no almoço, no lanche e na janta. Mas eu não. Ele combina programas com casais amigos e parece feliz. Mas eu desmarco.
A toda hora sinto como se estivéssemos interpretando um casal perfeito e isso por vezes me enche. Porque eu sei que não passaremos daqui. Como se eu quisesse.. É o que todo mundo que vê pensa. Mal sabem que eu nem sou apaixonada por ele e que assim que eu sentir que a coisa amizadecolorida ta mudando serei a primeira a pular fora. Não por ele. Ou talvez, só porque é com ele. Mas afinal, que mulher não gosta de ser paparicada?Eu até corto uns mimos que ele quer me dar. Eu to gostando tanto de poder ligar e ver a hora que quiser sem ter de dar nada em troca. Só uns carinhos, uns beijinhos e uns sorrisos. E claro, conselhos e blahs. Eu até gosto de ser a namorada de porcelana. Pronta e impecável quando ele quiser me exibir para os amigos. Ahn o perfume.. Tudo só existe por ele.. Por mais uma vez e cada dia mais ele se mostrar tão quase você. Até no jeito de me abraçar. Percebi isso ontem. Enquanto você me mandava mensagem e eu via um filme no cinema com ele.
O único problema disso tudo são as pessoas que acreditam que somos mesmo um casal. Pow a gente não se cobra fidelidade. Eu sei que ele pega outras por ai, mas sou eu a princesa. Do mesmo jeito que eu tenho meus rolos.. (tenho?) E eu nem ligo. Mas as pessoas.. Tem uma capacidade enorme em se importar com a minha vida. Já vem me contar o que ele fez ou deixou de fazer. Mesmo se por vezes ele nada fez. E não é inocência minha. Eu sei que fatos não deixam espaço para possibilidades, então o que foi, foi o que não, não poxa. Mal começou, se é que isso tem começo, meio e fim, e já estão me colocando chifres de brilhante no melhor estilo Lady Dai. Qual é! Uma pessoa não pode mais apenas querer se divertir?
Ele liga quase 11 da noite para me falar um oi e desejar boa noite. Vai para mais uma festa. Mas claro. Ele não me esquece e quer garantir a saída de amanhã. Às vezes a sexta-feira a noite são tristes para os solteiros. Então é ele quebrando meu galho e eu o dele. E, ao contrário do que ele esperava, eu desejo uma ótima festa e que ele aproveite. Ele fica mudo. Achou que eu iria reclamar ou que ficaria chateada por ele estar lá, só porque ele agora me conta tudo que vai fazer ou fez. E eu nem ligo. Ele pergunta se vou sair e para onde vou, já ficando bravinho. E quando digo que ficarei em casa, pronto! Sou tudo que ele sempre quis. Praticamente a mulher esperando o marido voltar do happy hour com os amigos. E eu nem ligo. Enquanto isso estiver me fazendo bem, que mal tem pegar o amigoqueridogalinhaegostoso de vez em quando?

...

Sexta-feira a noite. Costumava ser um pesadelo para mim, desde que fiquei solteira. Mas ele me ajudou. Me toquei que para não ter chifres de brilhante, precisa ser eu a colocá-los. Entre aspas né, já que somos apenas amigos coloridos. Mas então ele salvou a minha noite.. Porque ao invés de sair, eu vou badalar!

"Por hoje, deixo meus chifres de brilhante na estante.
Você não será o primeiro a colocá-los na minha cabeça!"

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

. Acordo, e nem me surpreendo .




Eu já estou tão acostumada com tuas promessas de amor eterno que nem me surpreendo. Meu coração aperta de saudade, o peito dói de vontade e eu nem me surpreendo. Os olhos ficam marejados, pareço um cavalo alado e eu já nem me surpreendo. Os segundos passam voando, minha conta aumentando e eu já nem me surpreendo. Faço você jurar que não me esquecerá, e você jura uma, duas, três, quatro vezes, como se eu acreditasse.. Você fala do desejo do meu abraço do meu beijo do meu cheiro e de toda essa coisa de outro mundo que somos nós dois e eu nem me surpreendo. Falo com você e te imagino com perfeição, como se te olhasse nos olhos.
E de repente, depois de me despedir e desligar meio na pressa para parar com todo esse sofrimento, acordo.
Estou sozinha no meu quarto. No meu mundo distante do qual você não faz parte, mas me impede de evoluir. E penso... Tá tudo aqui. Tudo o que eu preciso. E você não está. Você nunca está e mesmo assim eu tenho sobrevivido. Talvez você não seja mais condição da minha existência e talvez assim... seja hora de começar a aterrisar, esquecer nosso mundo e viver o meu, que só depende de mim para funcionar...

"Quando dói a ponto de você não poder respirar, você sobrevive.."
(Grey´s anatomy)

domingo, 15 de novembro de 2009

. Esse amor doentio .



Eu queria poder desligar o telefone e ir correndo até sua casa. Entrar, te abraçar, dar colo e fazer cafuné até você dormir.

Eu não sei.. Esse amor é quase como ter uma doença incurável. Da qual a gente não consegue se livrar, não quer se curar e quando surtamos e queremos um remédio, qualquer deles não é suficiente, sempre sobra um resto maior que a metade que no dia seguinte já vai crescer e voltar a ocupar o corpo todo.

O que eu poderia dizer para te animar? O que bastaria para colocar um sorriso no seu rosto? Daquele lindo, branco e feliz que você sempre me dá.. O que eu posso falar pra você quando sinto que sofre por mim? Eu não te faço sofrer porque quero... É essa distância doida que te trás, te tira e nunca te leva embora para sempre.. As vezes me culpo por não poder fazer mais.

Você faz vozinha de dor, dá um gemidinho daqueles que sempre dá prestes a desligar o telefone. Se despede. Eu te amo, eu queria ter dito. Mas você desliga antes de eu criar coragem e leva tudo de mim. O chão, a voz, as lágrimas e esse coração mundano que só sabe te amar. Desliga e leva a alegria de outrora. Me deixa sozinha no quintal escuro e estrelado, me perguntando o que tanto te entristecia. O porque do seu desespero em falar comigo naquela hora. Domingo oito da noite não é normal você me ligar. Domingo é dia de ficar com a namoradahorrorosaquevocênãosuporta. Você desliga e me deixa um aperto no peito, umas questões não resolvidas e só. Eu digo que esse amor é doentio, por que como é possível que eu me satisfaça e me sinta a pessoa mais feliz do mundo só com isso? Não dizem que a felicidade é tão difícil de ser encontrada e rara e cara? Como pode então a minha felicidade ser um telefonema triste numa noite de domingo, que me deixa sem nada depois?

Mesmo sem nada, eu ainda faria tudo para te dar esse nada de mim. Para te dar o meu resto que você ainda não consumiu. Eu daria tudo para te dar meu silêncio, minha fala bonita. Eu correria o mundo para te dar um pouco de fôlego para você continuar encarando sua vida tão difícil de me ter a qualquer hora e ter outras tantas que você queira. Eu daria meu ar se fosse preciso. Para te ver sorrir nem que fosse por um segundo a mais. Mas quanto mais eu quero te dar, mais o mundo e você, ou o mundo que é você, exige que eu o dê em doses homeopáticas. Você aparece por uma semana inteira. Me abastece. E depois some por outra semana, me deixando na espera de quando você voltará para me reabastecer e me dar um pouco de ar. Eu sei que não posso pedir nada e nem deveria. Mas se hoje, só hoje, você puder me ligar um pouco antes de dormir, quando você já estará sozinho, livre e pensando em mim, eu agradeceria imensamente. Por que hoje, só hoje, eu sinto, depois de sair com um amigocolorido que estava com teu perfume, que cada dia eu sou mais você, menos eu e um sonho de nós dois. Cada dia mais eu me vejo em você, deposito minha esperança em você. Por que se nada der certo ou se tudo der certo, você existe, é meu e o nosso amor doentio vai continuar como aquelas doenças que nos matam aos poucos mas nunca deixam a gente morrer pra sempre. E eu nunca vi uma morte tão feliz...

“Eu preciso respirar o mesmo ar que te rodeia
E na pele quero ter o mesmo sol que te bronzeia
Eu preciso te tocar e outra vez te ver sorrindo,
Te encontrar num sonho lindo...”

(Dia de domingo – Ana Carolina e Celso Fonseca)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

. Dá e passa .




Sonhei com aquele menino bebê que um dia foi a razão da minha vida. Há tempos eu não sentia aquela felicidade que transbordava do meu peito ao tê-lo no colo. O meu sorriso era do branco mais puro e nós ríamos como quem não ria há décadas!
Estávamos cercados por pessoas amigas que nos queriam bem. E juntos.
Ao acordar eu entendi o desespero que o abateu quando ele percebeu que me perdeu. Hoje esse mesmo desespero me consumiu, levou o brilho dos meus olhos, silenciou meu coração e, por alguns lentos segundos, eu tive vontade de correr até sua casa e me jogar nos braços dele.
Lembrei do beijo e do jeito doce de me abraçar. Do calor do corpo quando fazia amor comigo. Lembrei dos suspiros ao me encarar e da alegria por me amar.
Enquanto escrevo e faço plantão, entra um cliente com o perfume dele. Olho na esperança de ser ele e não o vejo. A música no rádio é nossa trilha sonora.
Eu quero vê-lo, mas parece que não tenho hora para encontrar.
É só ele voltar a ligar feito louco que já me encho.. Porque é como dizem, vontade é como a saudade, dá e passa!!

´"Ele longe me dá saudade.. É só voltar que me tira do sério!"

(texto feito há uns domingos atrás num momento de carência e solidão)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

. Cansada .




“Por que você não fala cara a cara,
Fica nesse passa que não passa..
O que falta é coragem!”

(Sinais de fogo – Ana Carolina)

Estou aqui em silêncio e sozinha, olhando minhas unhas minuciosamente pintadas de vinho. Nunca haviam ficado tão perfeitas. Olho para o vestido que havia escolhido, para os sapatos, para a maquiagem nova. Lembro da hidratação capilar, da esfoliação no corpo e da depilação geral.
Definitivamente um homem não sabe que um encontro não começa quando se toca a campainha vindo me buscar.
Existe uma fase pré-encontro. Uma preparação, um querer estar deslumbrante para vê-lo. Existe uma expectativa, uma ansiedade, que são interligadas com o tal encontro. Uma não tem razão de ser sem a outra.
Por hoje eu cansei desse caso nosso que mal começou.
Cansei de ter de falar todo dia com você, pensar em você, ser fiel a você e não te ter.
Cansei de temer sua recaída pela ex, de esperar seus sinais de fumaça para poder dormir em paz e de ver sua imagem a toda hora na minha cabeça.
Cansei de ter que sorrir com a saudade, de me conformar com o travesseiro e de não poder cobrar nada com medo de te espantar.
Cansei das mensagens diárias, que agora você manda como se não me lesse. Continua com os “tenho saudade” e “muitos beijos linda”, mas você não me lê.
Como posso falar todos dias com você, ter saudade e não poder te ver, te tocar, te beijar.. Pra que me enfeitiçar com seu beijo doce e tirar meus pés do chão se não me leva para voar?
Agora mais um final de semana se aproxima, mais uma vez sem você e eu já não sei mais o quanto posso aguentar. Rezo todas as noites para que você não me teste a ponto de me fazer ficar indiferente. Porque se isso acontecer, será uma única vez e você sairá do meu conto de fadas, tão ligeiro quanto entrou.
Eu não quero um amor virtual, por mensagens ou e-mails.. Não quero alguém para ver esporadicamente, beijar de vez em quando.. Isso eu encontro na primeira balada que aparecer.


“Eu estava em paz quando você chegou”

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

. Meu tudo .




Ela não precisa de nada para estar 24 horas ao meu lado. Não precisa que eu esteja bonita, arrumada ou perfumada. Não se importa se eu estiver de pijama, vestidinho de ficar em casa ou roupa de sair, desde que se sair eu leve uma blusa caso esfrie. Ela abre mão de tudo, se for para o meu bem. Ela é minha melhor amiga. Ela não gosta de me ver chorar, mesmo já tendo se acostumado com isso, não gosta da minha alimentação infantil e tem como maior objetivo na vida mudá-la. Ela se orgulha dos meus feitos, é a primeira a me abraçar e parabenizar quando algo sai bem, mesmo ela já sabendo que seria assim. Ela paga as coisas que quero comprar com meu dinheiro a vista, e depois parcela para mim, para que eu não tenha que dar as calcinhas na loja. Ela me carrega no colo se for preciso. Abre mão de qualquer compromisso para me aconselhar e dar carinho. Ela é sempre a primeira a pensar nas minhas necessidades, e faz isso melhor do que eu mesma. Se meu coração está partido, ela pacientemente vem com uma colinha especial que fez com todo amor que possui, e junta, pedacinho por pedacinho, devagarzinho e perfeitinho, para que não restem cicatrizes. Se estou doente, ela é sempre otimista. Eu já fico imaginando que irei morrer, como será meu velório e quem irá. Enquanto ela vai estudando todas as coisas mais tolas que pode ser. Se acho que estou ficando cega, ela chuta uma conjutivite. Se acho que preciso de um transplante de rim, ela diz que é apenas dor na coluna. Se acho que é coração fraco, ela fala que é apenas uma virose, devido a minha imunidade baixa. E ela sempre acerta. Quando fico triste ao chegar no pronto-socorro, ela me anima contando das aventuras que já passou num hospital e até faz amizade com o enfermeiro negão, gordinho, mas que tem a mão leve como uma pena ao picar meu bracinho para colocar o soro. E nas duas horas e tanto que ali fiquei, ela me fez gargalhar relembrando fatos cômicos da nossa vida, e ninguém naquele pronto-socorro tinha visto alguém tão feliz por estar ali. E quando eu durmo, devido ao soro, ela não tira a mão da minha para me dar segurança, sabendo que ela está ali, mas ora, eu nunca duvidaria disso! Ela é feliz de estar onde eu estiver. Mal sabe ela que a maior felicidade da minha vida é estar na dela. Qualquer um que na dela estiver deve considerar isso como um presente divino. Para mim ela é Deus na Terra, porque está em todos os lugares! Ela é meu alicerce, meu braço direito, a metade da minha laranja, a tampa da minha panela e todas essas coisas que nasceram para se encaixar e para viver em função uma da outra. As vezes complico essa vida, procurando explicações para tudo, querendo sempre mais, procurando um caminho ideal para seguir, e mal percebo que eu já tenho tudo o que preciso bem aqui. 24 horas e pela eternidade, porque uma vida é pouco para nós. Afinal, com uma mãe dessas eu nada mais posso querer!

"Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar.."

(Ela une todas as coisas - Jorge Vercillo)