sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

. Nem começou e acabou .



E assim mais uma história termina. Não como meus tão queridos contos de fadas, mas como tudo que começa e um dia acaba...

Acabou assim, sem quase começar na verdade. Começou assim, já prevendo o fim. Apenas eu né que, como sempre, prolonguei tudo isso. Fiz planos e até quase casei com ele.. Em meus sonhos.

Acabou como começou, com uma mensagem de texto e um e-mail escrito entre lágrimas amargas, antes de saudade, hoje de tristeza.

É.. A tristeza sempre chega. Ela não se agüenta em ficar só no meu peito e sai. Do jeito mais puro, que nem ela merece.

Acabou como essas minisséries que não tiveram lá muita audiência acabam. Não deixou CD com trilha sonora, álbum de fotos, filmes ou cartas. E eu ainda lembro do nome dos protagonistas mas logo farão outros papéis e ei de esquecer..

Acabou como tudo que se desgasta acaba. Vai diminuindo, diminuindo, até que some (mas como não sou covarde, não sumiria) ou até que tem sua explosão final, como fogos de artifício, e depois desaparece... Por vezes restam cinzas, outras não. E eu espero que tudo se vá com ele desta vez.

Acabou até como uma morte. Onde a gente não tem nem chance de se despedir. Apenas fala tchau, respira fundo, fica um ou dois dias de luto e depois segue em frente.

Acabou como o sonho mais doce da padaria, ou você come logo e de uma vez, ou vem alguém e leva. Não que alguém já o tenha levado, mas eu só tive a chance de experimentar o sabor dele uma vez.

Acabou como as placas de pare que passaram por mim nessa rodovia. Até que uma delas deu numa estrada sem saída e ou eu virava ou me espatifava no muro.

Acabou como o lápis ruim de escola. Por mais que você, sozinha, se esforce para mantê-lo apontado, ele, como se tivesse vida própria, quebra toda vez. E um dia, de tanto apontar, ele acaba. Não porque você quis, já que aquele lápis fez com que você se inspirasse umas vezes para escrever umas poucas linhas, mas porque seria o rumo natural de um lápis muito apontado.

Acabou junto com as mensagens, os e-mails e esse vazio que eu carregava aqui dentro, mesmo sabendo que ele também estava ali.

Acabou porque eu cansei de esperar, achei que era hora de saltar para um lado do muro e “chutar o balde”, como dizia um amigo.

E assim, saltei, chutei e fui!

"(...) Minha vontade é que ele me pergunte se quero um pouco de chá gelado e se eu gostaria de ver um dos seus filmes estirada nas grandes almofadas... Eu mais uma vez me pergunto como é mesmo que se faz a coisa mais profunda do mundo com total superficialidade. Como é que se ama sem amor? Como é que se entrega de dentro de uma prisão? Nunca soube."

(Tati Bernardi)

Um comentário:

  1. Que lindo e que triste...
    eu odeio estes filmes romanticos que sempre fazema gte esperar mais dos relacionamentos e até mesmo dos terminos... que fazem a gte achar q colocar um fim é algo gigantesco e que o cara vai aparecer na sua porta e se ajoelhar, falar meia duzia de palavras que faz a plateia chorar e se beijarem... nunca é assim...sempre é mais pra este respirar fundo, falar fim e procurar (no maximo) consolo em algum colo quentinho.
    Sempre é tão pouco...
    como diz uma frase q gosto muito "A vida nao imita a arte, imita programa de televisão ruim"... qria tanto que minha vida tivesse cores e formas mais parecidas com a arte e que as palavras tivessem mais poesia e melodia...mas não, nem todo mundo é poeta ou tem o mesmo respeito pelo amor!
    Bola pra frente , amiga "c'est la vie"!

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